quarta-feira, 2 de junho de 2010

Sem consenso, PT mineiro se nega a prestar apoio a Helio Costa e Lula vai intervir para fazer o casamento na marra


Reta final para PT e PMDB

O casamento político entre PT e PMDB para viabilizar o palanque único na disputa ao governo de Minas Gerais terá de ser feito na delegacia. A seis dias da data prevista para as legendas fecharem acordo, petistas e peemedebistas não se entendem nem mesmo sobre quem está na frente nas pesquisas encomendadas para medir o desempenho dos dois pré-candidatos, o ex-ministro Hélio Costa (PMDB) ou o ex-prefeito Fernando Pimentel (PT). Em meio ao tiroteio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ontem o recado: a escolha de Hélio Costa para concorrer a governador já está encaminhada e o PT nacional está pronto para intervir, caso o impasse não se resolva.

O emissário escolhido para tranquilizar o presidente do PMDB e da Câmara, Michel Temer, foi o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Segundo ele, os partidos aguardam apenas os resultados das pesquisas para oficializar a situação. O recado de Lula veio para conter o clima de hostilidade entre as duas legendas, que ficou claro nos últimos dias com a troca de farpas feita até mesmo pela internet. Depois do encontro com Padilha, Temer se encontrou com Hélio Costa e lideranças peemedebistas. A avaliação no PMDB é de que Hélio Costa continua à frente de Pimentel e qualquer resultado diferente será no mínimo uma surpresa.

O PMDB vem pressionando a direção nacional do PT no sentido de que, sem o apoio dos petistas à candidatura de Hélio Costa, a aliança com Dilma no plano nacional pode ficar prejudicada. Em Minas, no entanto, partidários de Fernando Pimentel insistem que ele seria o melhor nome para concorrer ao Palácio da Liberdade, o que levou os peemedebistas a ameaçarem com um possível adiamento da convenção do partido marcada para o dia 12, que sacramentaria Temer como vice de Dilma. “O estado tem muita força na convenção, tem de se respeitar os mineiros antes de partir para uma decisão mais forte”, indicou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves.

Lula pediu a Padilha que apagasse o pavio aceso em Minas Gerais e garantiu o cumprimento do acordo firmado entre Pimentel e Costa no mês passado, pelo qual foi acertado o palanque único com o escolhido conforme análise de pesquisas eleitorais. Os levantamentos devem ser entregues aos dois partidos até o fim do dia. “O PMDB vai se reunir no domingo, para analisar a decisão do partido. Se o candidato do PT tiver preferência clara do eleitorado, terá nosso apoio e colocaremos o coração na campanha. Do contrário, exigimos reciprocidade”, afirmou Costa.

O anúncio oficial sobre o candidato do Palácio do Planalto ao governo mineiro será na segunda-feira, depois de reunião entre os presidentes do PMDB, Michel Temer, e do PT, José Eduardo Dutra. Para líderes do PMDB, a escolha de Costa são favas contadas. “Ele está liderando as pesquisas, temos um acordo nacional com o PT. A tendência, até pelo que disse o Padilha e o Dutra, é de que o Hélio seja anunciado candidato”, apostou Alves.

O presidente do PT de Minas, deputado federal Reginaldo Lopes, no entanto, afirma que o jogo virou e agora Fernando Pimentel estaria à frente nas pesquisas encomendadas pelo PT. “Não há mais diferença. Do ponto de vista quantitativo, hoje o que temos é um empate técnico e no aspecto qualitativo o Fernando é o mais competitivo. Agora queremos discutir de maneira fraterna com o PMDB e entendemos que a possibilidade maior é de o Pimentel ser o candidato”, afirmou.


Fonte: Estado de Minas

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