Fonte:
Agência Minas
Aplicado
no final do ano passado, o Programa de Avaliação da Alfabetização (Proalfa)
2013 constatou que o nível de conhecimento em Língua Portuguesa entre os alunos
de oito anos deu um expressivo salto.
Na
rede estadual, pela primeira vez na história (a avaliação começou a ser
aplicada em 2006), o nível de letramento recomendável foi alcançado por mais de
90% dos estudantes que fizeram o teste. O resultado é um recorde e foi
divulgado nesta terça-feira (18) pela secretária de Estado de Educação, Ana
Lúcia Gazzola.
Objetivamente,
o percentual foi de 92,3%. O que, em outras palavras, quer dizer que 92,3%
(mais de 70 mil alunos, em números absolutos) leem, escrevem, interpretam e
fazem síntese de textos dentro do nível considerado recomendado.
Comparativamente, significa um aumento de cinco pontos percentuais em relação
ao exame anterior, apurado em 2012, quando 87,3% dos alunos estavam no nível
recomendável.
Se
comparado com o primeiro resultado, em 2006, o salto é ainda mais expressivo.
Naquele ano o Proalfa identificou que o percentual de alunos no padrão
recomendável de letramento em Língua Portuguesa era de 48,6%.
Todos
os anos, o Proalfa avalia o nível de letramento dos estudantes de oito anos de
idade matriculados no 3º ano do ensino fundamental, etapa que também é chamada
de “fim do ciclo de alfabetização”. O programa de avaliação ainda é estendido à
totalidade das escolas municipais do estado. Ao todo, são 7.948 escolas
avaliadas, sendo 24,91% (1.980) estaduais e 75,09% (5.968) municipais.
Confira a Evolução do Índice na Rede Estadual Mineira:
A
realização do Proalfa, da elaboração e aplicação das provas à análise dos
dados, é realizada integralmente pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação
da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF).
A
instituição parceira responsável pela avaliação do Proalfa é definida por meio
de um processo licitatório chamado concorrência pública de técnica e preço — o
CAEd ganhou o último processo, feito em 2011 — e o contrato tem duração de
cinco anos. O Centro aplica avaliações semelhantes em outros 14 estados
brasileiros, entre eles Ceará, Bahia, Paraná, Pernambuco e Acre.
Proficiência
e Participação em Alta
Na
aplicação do Proalfa, o objetivo é avaliar a proficiência para determinar o
desempenho dos estudantes nas habilidades avaliadas. Os resultados de
proficiência alcançados pelos estudantes são interpretados a partir de três
padrões de desempenho: baixo, intermediário e recomendado – em uma escala que
varia de 0 a 1000, de acordo com a etapa de escolaridade do estudante. Quanto
maior o número, maior a proficiência.
O
estudante do 3º ano do ensino fundamental que se encontra acima de 500 na
escala está em um nível considerado recomendável. A proficiência média dos
alunos do 3º ano da rede estadual foi recorde, chegando a 619,4 — um aumento de
20,8 pontos em relação ao ano anterior. Em 2006, a proficiência estava abaixo
de 500.
Além
do expressivo aumento no percentual de alunos no nível recomendável, os dados
do Proalfa registraram diminuição do percentual de alunos no chamado nível
baixo. Nesse nível, o estudante fica abaixo do esperado tanto no que diz
respeito à compreensão do que é abordado, quanto na execução de tarefas e
avaliações.
Em
2012, 5,3% dos alunos encontravam-se nesse nível e hoje são 3,1%. Esse é o
menor percentual de alunos no nível baixo de desempenho desde que o Proalfa foi
aplicado pela primeira vez, em 2006.
Outro
aspecto positivo apontado pelo exame foi a elevação no índice de participação.
Em 2013, 94,4% dos estudantes do 3º ano do ensino fundamental na rede estadual
fizeram as provas.
Isso
significa que dos 80.432 que deveriam fazer as provas, quase 76 mil
participaram. Esse também é um percentual nunca antes atingido na história do
Proalfa em Minas Gerais.
Instrumento
para Avançar
Um
dos grandes responsáveis pelo expressivo avanço na alfabetização dos estudantes
mineiros é o Programa de Intervenção Pedagógica (PIP). Criado em 2007, a partir
de um conceito que leva o analista educacional a atuar de forma integrada com
as escolas, o PIP realiza um trabalho permanente de visitas e acompanhamento
nas escolas para orientar o plano pedagógico quando necessário, propor
estratégias de intervenções, apoiar pedagogicamente os professores e alunos e,
assim, garantir a qualidade do ensino.
Para
tanto, o Programa utiliza justamente os resultados do Sistema Mineiro de
Avaliação da Educação Pública (Simave), principalmente os do Proalfa. Entre
2007 e 2011, as equipes do PIP atuaram exclusivamente nos anos iniciais do
ensino fundamental (1º ao 5º anos) da rede estadual de Minas Gerais. A partir
de 2012, o Programa foi ampliado para os anos finais (6º ao 9º anos).
Atualmente, o Programa atende cerca de 1,26 milhão de alunos de 3.308 escolas
estaduais.
Só
em 2013, os analistas educacionais do PIP realizaram 80.475 visitas a escolas.
Também foram realizados 641 eventos de capacitação em todo o estado,
beneficiando mais de 93 mil professores e especialistas do 3º, 5º e 9º anos do
Ensino Fundamental.
O
PIP é ainda, seguramente, o instrumento que explica o bom desempenho da rede
estadual de Minas Gerais no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(Ideb), apurado pelo Governo Federal. Na última avaliação, divulgada em 2012, a
rede estadual pública mineira alcançou o índice 6 (seis) nos anos iniciais do
ensino fundamental (1º ao 5º anos), padrão que é considerado pelo Ministério da
Educação (MEC) como média dos países desenvolvidos.
A
rede pública estadual de Minas foi a primeira e única do Brasil a alcançar esse
índice. Considerando todas as redes, Minas também ocupa a dianteira do ranking,
com Ideb de 5,9.
Parceria
e Bons Resultados em Todo o Estado
O
Proalfa é oferecido, gratuitamente, pelo Governo de Minas, a todas as redes
municipais de ensino que ofertam os anos iniciais do ensino fundamental. Nas
escolas municipais, o percentual de estudantes de 3º ano do ensino fundamental
no nível recomendável foi de 79,5%, crescimento de 5,9 pontos percentuais em
relação ao ano passado.
Nas redes municipais, 91,4% dos alunos do 3º ano
fizeram as provas do Proalfa, percentual de participação que também é recorde.
A
iniciativa, portanto, chegou ano passado às escolas municipais das 853 cidades
mineiras. Em três delas, onde as redes municipais não oferecem os anos iniciais
do ensino fundamental, a adesão foi feita nos anos finais. O PIP beneficia mais
de 850 mil estudantes de 6,7 mil escolas municipais.
Pelo
PIP Municipal, foram realizadas capacitações com mais de 37.000 professores e
especialistas do 3º ano do Ciclo da Alfabetização das escolas, bem como
realizadas 37.746 visitas das equipes às escolas de suas respectivas redes
municipais de ensino.
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