Gestão Deficiente
PIB brasileiro desacelera e sobe 2,7% em 2011
Grande parte dos analistas e do próprio governo esperava por variação entre 2,6% e 3,0%
A economia brasileira desacelerou em 2011. O Produto Interno Bruto (PIB), que representa o valor total de bens e produtos finais produzidos no país, cresceu 2,7% no ano passado, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores, ele somou R$ 4,143 trilhões. O PIB per capita (PIB dividido pela população residente no país) atingiu R$ 21.252 em valores correntes, uma alta de 1,8% em relação ao ano anterior.
No quarto trimestre, o PIB registrou alta de 0,3% em comparação ao trimestre imediatamente anterior e um avanço de 1,4% frente ao mesmo período do ano passado.
Grande parte dos analistas e do próprio governo esperava por uma variação entre 2,6% e 3,0%. A última prévia do PIB divulgada pelo Banco Central apontava para alta de 2,79%. Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sustentava que a expansão do PIB ficaria próxima de 3,0%.
O IBGE revisou as taxas trimestrais do ano de 2011 e o último trimestre de 2010. Agora, em vez da estagnação no terceiro trimestre do ano passado, a economia brasileira apresentou retração de 0,1% frente ao trimestre anterior. No segundo trimestre, a taxa de expansão passou de 0,7% para 0,5%; no primeiro trimestre, passou de 0,8% para 0,6% e no quarto trimestre de 2010 ficou em 1,1% em vez de 0,7%, sempre na comparação com o trimestre anterior.
Taxa de investimento atinge 19,3% do PIB
A taxa de investimentos da economia brasileira atingiu 19,3% do (PIB) em 2011, abaixo daquela de 2010 que chegou a 19,5%. Já a taxa de poupança correspondeu a 17,2% do produto.
Pela ótica da oferta, o maior destaque do PIB coube à Agropecuária. O segmento apres Produto Interno Brutoentou expansão de 3,9% em relação a 2010. Já Serviços avançou 2,7% e a indústria cresceu 1,6%.
Já pela ótica da demanda, o consumo das famílias e a Formação Bruta de Capital Fixo, que sinaliza os investimentos, apresentaram expansões de 4,1% e 4,7%, respectivamente, frente a 2010.
Expansão puxada pela demanda interna
Em 2011, o crescimento da economia foi capitaneado pela demanda interna, que apresentou uma contribuição de 3,4%, enquanto o setor externo teve peso negativo de 0,7%. Em 2010, o panorama também era de pujança do mercado interno, bem mais elevada, com contribuição de 10,3%, enquanto o setor externo registrou participação negativa de 2,7%.
Crescimento abaixo da média projetada pelo FMI
O crescimento de 2,7% da economia brasileira ficou abaixo da média mundial de 3,8% projetada pelo FMI para o ano passado.
Numa comparação com 12 países que já divulgaram seus resultados no ano passado, o Brasil aparece na sexta posição, atrás de China (9,2%), Índia (6,9%) e Coreia do Sul (3,6%), África do Sul (3,1%) e Alemanha (3,0%). Ficou à frente dos Estados Unidos (1,7%), França (1,7%), Reino Unido (0,8%), Espanha (0,7%) e Itália (0,4%). Portugal, por sua vez, registrou retração de 1,5% no ano passado.
Em termos de PIB per capita, o Brasil aparece em segundo entre os Brics (China, India, Brasil, Rússia e Africa do Sul), com um PIB de US$ 11,6 mil. O maior montante ficou com a Rússia US$16,7 mil
A indústria teve um desempenho negativo, com queda de 0,5% na riqueza gerada no quarto trimestre sobre o trimestre imediatamente anterior. A industria de transformação registrou um tombo de 2,5% (o menor desde os -7,9% do primeiro trimestre de 2009), acentuando a queda vista no terceiro trimestre que havia sido de 1,6%. Pela ótica da demanda, os destaques ficaram com o consumo das famílias, que tiveram alta de 1,1% e as exportações, que subiram 1,9%.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a indústria também apresentou desempenho negativo (-0,4%). Novamente a indústria de transformação decepcionou, com queda de 3,1% frente ao mesmo trimestre do ano passado, o pior desempenho desde o terceiro trimestre de 2009 (-9,7%).
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