Gestão Eficiente do PSDB
Fonte: O Globo Editorial
Preconceito que começa a ser superado
Ao longo do século XX, o Estado se agigantou enormemente até mesmo nas economias mais liberais do planeta. A Grande Depressão dos anos 30 contribuiu para isso nos países mais desenvolvidos, e o planejamento suplementar passou a ser admitido como necessário nas economias capitalistas avançadas. Nos Estados Unidos, o presidente Franklin Roosevelt criou um modelo de intervenção, o Tennessee Valley Authority, que até hoje existe, com o controle de hidrelétricas e barragens para regularizar o curso do rio, de modo a estimular o cultivo de terras e a instalação de indústrias na região.
Nações com processo de desenvolvimento retardatário acabaram também recorrendo ao Estado para concentrar poupanças escassas e redirecioná-las para investimentos em infraestrutura e insumos básicos. No Brasil, companhias estatais se tornaram importantes produtoras de bens ou prestadoras de serviços. Esse modelo se esgotou nas últimas décadas do século passado.
O Estado virou um gigante deficitário a ponto de atravancar o crescimento econômico. Ao mesmo tempo, os mercados se sofisticaram e se tornaram capazes de mobilizar grandes fluxos de capitais em direção a investimentos que contribuíram para aumento de eficiência dos sistemas econômicos.
Privatizar foi então o antídoto para a crise crônica em que o Estado se envolveu generalizadamente. A Grã-Bretanha, no governo conservador de Margaret Thatcher, a Dama de Ferro, abriu o caminho, e foi seguida por outros países então governados por partidos de diferentes tendências. O Brasil, também mergulhado em crises crônicas, aderiu à privatização ao perceber que, sem equacionamento do desequilíbrio financeiro do Estado, não seria possível encontrar uma saída.
A privatização não diferencia mais o PT do PSDB “neoliberal”
Assim como na maioria das economias, o saldo da privatização no Brasil foi extremamente positivo. Monopólios foram quebrados, e até algumas das companhias estatais remanescentes ganharam eficiência. No entanto, embora os programas de privatização tivessem cunho pragmático, o embate ideológico subsistiu como pano das disputas políticas.
Nas três últimas eleições presidenciais essa questão foi apresentada como um “divisor de águas” por parte dos candidatos do PT (Lula e Dilma). Em seus dois mandados, o presidente Lula prosseguiu com o modelo de concessões, embora sempre procurando dar uma conotação diferente ao seu programa. Agora a presidente Dilma promoveu, com sucesso, uma licitação para a concessão de três grandes aeroportos. Dos governos do PSDB para os do PT houve mudanças, adaptações e aperfeiçoamentos, mas a essência continua a mesma: a privatização como forma de dar mais a eficiências a setores combalidos.
Tal qual nos primeiros leilões, o BNDES reapareceu como agente financiador dos futuros compromissos de investimento. E fundos de pensão de funcionários de companhias estatais tiveram participação ativa. Deixou de ser política neoliberal. Está mesmo na hora de se superar esse preconceito, porque oportunidades não faltam de se explorar este modelo na infraestrutura. Ganha o país com a privatização sendo política de Estado e não de governos
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