terça-feira, 9 de agosto de 2011

Obras de revitalização do Rio São Francisco ganham impulso em Minas Gerais



O Programa de Recuperação de Sub-Bacias Hidrográficas Formadoras dos Afluentes Mineiros do Rio São Francisco contará, no segundo semestre deste ano, com a implementação de 15 novas obras, envolvendo 345 nascentes e construção de 270 quilômetros de cercas no entorno de matas ciliares. O programa prevê ainda a construção de 8,6 mil bacias de captação de água de enxurradas, 744 quilômetros de terraço em nível, além da readequação de 133 quilômetros de estradas com enfoque ambiental.

Executado pelo Governo do Estado, por meio daFundação Rural Mineira (Ruralminas) e daEmpresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), o programa foi iniciado em 2008, com previsão de, em quatro anos, abranger 220 municípios mineiros, 11 cidades na Bahia e duas no estado de Goiás. A previsão da Ruralminas é de que, nesses quatro anos, sejam investidos R$ 56,5 milhões na construção de 61 mil bacias de captação de água das chuvas, readequação, com enfoque ambiental, de 1,2 mil quilômetros de estradas vicinais, proteção com cercamento de 1,1 mil nascentes e mil quilômetros de matas de topo e ciliares.

Os recursos aplicados no programa são provenientes de convênios firmados pelos governos Estadual e Federal, envolvendo os ministérios do Meio Ambiente e Integração Nacional, por intermédio da Agência Nacional das Águas (ANA) e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf). Neste ano, os municípios contemplados com as obras em Minas Gerais são: Arinos, Bonfinópolis de Minas, Buritizeiro, Cabeceira Grande, Dom Bosco, Formoso, Ibiai, Ibiracatu, Itacarambi, Januária, Jequitaí, Juvenília, Lagoa dos Patos, Lontra, Manga, Montalvânia, Natalândia, Pedras de Maria da Cruz, Pintópolis, Riachinho, São João das Missões, Unaí, Uruana de Minas e Urucuia.

O presidente da Ruralminas, Luiz Afonso Vaz de Oliveira, destaca que “a erosão é o principal processo que remove os nutrientes depositados no solo após o desmatamento. As perdas são intensas nas condições de alta pluviosidade. Por isso, são importantes as práticas de conservação do solo”. Ele ainda explica que “reter as enxurradas, alimentar minas e nascentes por meio dos lençóis subterrâneos e ainda reduzir o assoreamento de rios e nascentes são técnicas fundamentais, levando-se em conta que o solo é um dos recursos naturais mais importantes para a qualidade de vida das pessoas e sua degradação é um problema. Isso porque, além de causar danos no próprio sistema ambiental, provoca prejuízos socioeconômicos”, observa.

O presidente da Ruralminas alerta que Minas Gerais dispõe de recursos hídricos, mas precisa “planejar a gestão desses recursos para reter a água e disponibilizá-la para os produtores rurais e demais segmentos da sociedade. É preciso investir em uma vegetação capaz de amortizar os impactos da chuva, impedindo a formação dos processos de erosão”.

O gerente de Estudos e Projetos da Ruralminas, Antônio de Pádua Pereira, enfatiza que nos últimos três anos, 58 sub-bacias já foram beneficiadas pelo Programa de Recuperação dos Afluentes Mineiros do Rio São Francisco. Elas estão localizadas nas regiões Centro, Norte e Noroeste do Estado. Ele avalia que “o trabalho implementado proporcionará benefícios para a bacia do São Francisco como um todo, visto que as ações envolvem regiões localizadas desde a nascente até a divisa de Minas Gerais com a Bahia”.

Educação Ambiental

Na avaliação de Antônio de Pádua, além do impacto positivo aos municípios envolvidos nas ações, o Projeto de Recuperação de Sub-Bacias Hidrográficas se constitui “num importante instrumento de educação ambiental, atingindo diversos segmentos da população. Prefeitos, secretários e funcionários de prefeituras estão sendo orientados sobre as técnicas mais adequadas para recuperação de estradas vicinais, evitando que os rios, nascentes e pequenos cursos d’água continuem sendo assoreados. Além disso, produtores rurais também têm sido orientados sobre a necessidade de preservação das matas ciliares”, destaca o gerente da Ruralminas.

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