quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

PSDB pressiona Marcio Lacerda sobre definição das alianças para 2012


Ameaça agora vem do PSDB

Fonte: Juliana Cipriani – Estado de Minas

Prefeitura de BH
Depois dos petistas, tucanos pressionam Marcio Lacerda a definir aliança para 2012 e já começam a se movimentar em direção a um candidato próprio para disputar as eleições

“O que posso dizer é que sou um eleitor em BH e tenho uma história de comprometimento com as causas da cidade” - Rodrigo de Castro (PSDB), deputado federal, nome cotado para disputar a prefeitura

O prefeito Marcio Lacerda (PSB) corre o risco de não ter ao seu lado nas eleições de 2012 os dois principais partidos que alavancaram sua candidatura há três anos: PT e PSDB. Não bastasse o afastamento de petistas por causa da reforma administrativa que o socialista vem promovendo na prefeitura, os tucanos também começam a se movimentar. Cansados de esperar que ele escolha um lado, os dirigentes do PSDB reiniciaram as conversas sobre lançar candidatura própria.

Conforme um alto dirigente tucano, Lacerda está “jogando com o tempo” ao adiar a decisão sobre com qual partido pretende caminhar em 2012. Antes unidos pela eleição de Lacerda, agora PT e PSDB já avisaram que não estarão juntos na disputa. A indefinição leva os dois aliados a se articular pela candidatura própria. Se do lado do PT o cotado é o próprio vice-prefeito, Roberto Carvalho, entre os tucanos desponta o nome do secretário nacional do PSDB, deputado federal Rodrigo de Castro.

Os tucanos iniciaram uma sondagem dos partidos da base do governador Antonio Anastasia entendendo que não podem ficar parados à espera de Lacerda. “O PSDB está dentro do governo Marcio Lacerda e tem sempre um diálogo aberto, mas é próprio de um partido que tem o governo do estado, um líder da dimensão do senador Aécio Neves e toda a história que tem estar à vontade para conversar com outras legendas e setores”, afirmou Rodrigo de Castro.

Questionado sobre ser o nome do partido para concorrer à sucessão municipal, o secretário do partido prefere adiar o tema. “Primeiro, temos de discutir as bandeiras e questões do partido, só depois pensar em candidatura. O que posso dizer é que sou um eleitor em BH e tenho uma história de comprometimento com as causas da cidade”, afirmou.

Também o PT vem tomando rumos diferentes de Lacerda e já avisou que não estará na mesma aliança que o PSDB em 2012. Conforme mostrou o Estado de Minas, alguns dos petistas mais influentes na administração municipal deixaram ou estão saindo dos cargos. O PT também quer firmar posição com a série de reuniões do PT de BH, comandado por Roberto Carvalho, para ouvir a cidade e os movimentos sociais sobre as demandas da capital. Já no primeiro encontro, a legenda firmou posição contrária a Lacerda, condenando o edital lançado pelo socialista para ocupação da Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena.

Ontem, Roberto Carvalho voltou a comentar a medida da qual o prefeito não abre mão. “Que no caso da feira da Afonso Pena, prevaleça o bom senso, com a vitória do artesanato e da cultura. Uma cidade feliz é filha do diálogo!”, comentou em seu Twitter. Lacerda continua as reuniões para as mexidas em sua equipe que virão pela reforma administrativa. A expectativa é de que alguns decretos com alterações no quadro estrutural da PBH sejam publicados no decorrer das próximas semanas.

Fim da aliança
Em Sete Lagoas, na Região Central do estado, a histórica aliança entre tucanos e petistas, que começou ainda nas eleições municipais de 2004 e saiu vitoriosa com a eleição do atual prefeito Mario Márcio Campolina Paiva (PSDB), Maroca, chegou ao fim ontem com um anúncio oficial do presidente do diretório municipal do PT, Silvio de Sá. Com isso, a atual administração perde, além do apoio partidário, alguns nomes do primeiro escalão, e a segunda maior bancada na Câmara Municipal.

A aliança já estava comprometida desde janeiro de 2010, quando Maroca destituiu a secretária de Assistência Social Léa Braga, indicada pelo PT, sem consulta prévia ao partido. Após discussões, foi fechado um acordo que incluía, além da ocupação de cargos na administração, a criação de um conselho político em que o PT teria maior participação, além da adoção ao orçamento participativo na cidade. “Um ano se passou e ficamos esperando.

O conselho não saiu do papel, não tivemos voz ativa no processo, não adotaram o orçamento participativo, não fomos atendidos quanto ao nosso programa. Então decidimos sair do governo”, afirma Silvio de Sá. O diretório municipal afirma que todos os filiados que detêm cargos de confiança na administração municipal deixarão suas funções e informa ainda que “qualquer filiado que pretender continuar em cargo de confiança no governo, terá 15 dias para pedir licença do partido”. (Marcos Avellar)

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