O percentual de alunos de oito anos que sabe ler e escrever com fluência nas escolas públicas estaduais de Minas Gerais subiu para 86,2%. No ano passado, os alunos dessa faixa etária que dominavam a leitura e a escrita eram 72,6%. Os números mostram um crescimento de 13,6 pontos percentuais em relação a 2009. Esses são os resultados do Programa de Avaliação da Alfabetização (Proalfa) 2010, apresentados, nesta quarta-feira (24), ao governadorAntonio Anastasia, durante reunião de trabalho com a secretária de Estado de Educação, Vanessa Guimarães, e com as 47 superintendentes regionais de Ensino de Minas Gerais, no Palácio Tiradentes, na Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves.
O Proalfa foi implantado pelo Estado em 2006 em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com o objetivo de medir o nível de leitura e escrita dos alunos da rede pública de ensino de Minas Gerais.
O governador comemorou o bom resultado afirmando que os avanços nos indicadores da educação são fruto de trabalho dedicado e planejado iniciado Governo Aécio Neves com instituições parceiras e com os profissionais da educação.
“Os bons resultados do Proalfa 2010 são a comprovação de que temos condições de implantar uma revolução no país pela educação. Sou o primeiro a reconhecer as dificuldades materiais que ainda temos pela frente e que a remuneração dos professores ainda está muito aquém do desejado. Mas o trabalho conjunto do Proalfa é a mais clara demonstração de que, querendo, temos condições de transformar a realidade”, disse Anastasia, durante encontro com as superintendentes de Ensino.
Grande Norte é destaque
O melhor desempenho no Proalfa 2010 foi obtido pela Escola Estadual do Povoado de Lagoa de Baixo, do município de Rubelita, no Norte de Minas. A escola, que faz parte da Superintendência Regional de Araçuaí, com 573 alunos, alcançou proficiência média de 732,56, numa escala de zero a 800.
A proficiência mede o nível de aprendizagem e grau de domínio do conteúdo das matérias estudadas. Para estar no nível recomendado de alfabetização, a criança deve alcançar, no mínimo, 500 pontos na escala de proficiência.
O conjunto das escolas estaduais ficou com a média de 589,2 pontos. Das 10 Superintendências Regionais de Ensino com maior taxa de crescimento nos resultados do Proalfa, sete estão localizadas no chamado Grande Norte, região formada pelo Norte do Estado e pelos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. O resultado mostra uma redução das desigualdades educacionais em Minas Gerais.
Avanços
A apresentação dos resultados do Proalfa 2010 foi feita pela coordenadora do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caed) da Universidade Federal de Juiz de Fora, Lina Kátia, responsável pela aplicação e análise dos testes aplicados. O Caed avalia o sistema de ensino de outros nove estados.
Para Lina Kátia, o desempenho dos alunos mineiros é o melhor entre todos. “Minas Gerais está fazendo a diferença no país. Nenhum outro estado tem hoje 86% dos seus alunos sendo alfabetizados na idade certa. Minas Gerais está disparada na frente”, afirmou.
De acordo com Lina Kátia, Minas Gerais está promovendo a melhoria e a equidade da educação, uma vez que pequenos municípios de regiões pobres, que historicamente apresentavam pior resultado em relação ao restante do país, hoje mostram desempenho satisfatório, algumas vezes superior à media estadual.
Além de revelar que 86,2% dos alunos de oito anos atingiram o nível recomendado de leitura e escrita, o Proalfa apontou redução no percentual das crianças que não sabem ler ou não leem bem. As taxas de alunos que estavam nos níveis de desempenho baixo e intermediário nas escolas da rede estadual caíram de 11,9% para 5,4% e de 15,5% para 8,5%, respectivamente, entre 2009 e 2010.
Pioneirismo de Minas Gerais
O governador afirmou que os bons indicadores são resultado das ações implementadas no Estado a partir de 2003. Ele lembrou o pioneirismo de Minas Gerais em levar as crianças de seis anos para a escola pública como uma das mais importantes iniciativas adotadas com o objetivo de melhorar a qualidade da educação.
“Não há política pública que dá mais alegria a qualquer gestor, em termos de futuro e de investimento naquilo que queremos que Minas Gerais se torne, do que a educação. E esses resultados demonstram o acerto de ingressar com as crianças de seis anos de idade nas escolas e, agora, claro resultados de alfabetização extremamente positivos”, disse ele.
A secretária de Estado de Educação, Vanessa Guimarães, lembrou que Minas Gerais é o único estado que avalia os níveis de alfabetização de todos os alunos da rede pública de ensino. Ela explicou que Proalfa integra o Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública (Simave) e que outros tipos de testes são aplicados para alunos de outras séries.
“Minas Gerais faz constantemente avaliação por meio do Simave e usa esses resultados de avaliação – esse é um caso único no Brasil – para fazer a política educacional. Todo nosso trabalho se faz com base em resultados de avaliação”, disse a secretária.
Comunidade escolar
Segundo Anastasia, a comunidade escolar é a principal responsável pelos resultados obtidos. Ele parabenizou as professoras, os servidores da educação e os alunos.
“Aproveitei para dar parabéns à secretária, ao secretário-adjunto, aos superintendentes e, de modo especial, à comunidade escolar, aos professores, aos servidores da educação das escolas e aos alunos, ainda que crianças de oito anos, que se dedicaram, se esforçaram e conseguiram um resultado tão positivo como esse que é algo que me torna extremamente alegre”, afirmou.
O Proalfa 2010 avaliou 330.231 crianças matriculadas nos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º, 2º, 3º anos) das escolas estaduais e municipais de Minas Gerais. Desse total, 284.148 alunos estão com oito anos e cursam o 3º ano, final do ciclo de alfabetização. O índice de participação foi em torno de 90%.
As provas foram aplicadas na última semana de agosto. Os resultados orientarão escolas e professores sobre intervenções pedagógicas necessárias em cada sala de aula da rede pública de ensino.
A meta para 2011 é elevar o percentual de alunos no nível recomendado de leitura e escrita para 90% e reduzir para 2% o percentual de baixo desempenho. Outra meta é aumentar a proficiência média das escolas estaduais para 630.
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